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Descrição de Salada, saladinha
As parlendas de Salada, saladinha nos despertam para a dimensão lúdica da linguagem, que acabamos por esquecer, à medida em que nos afastamos da língua em sua origem oral e popular. Mas, de verdade, o que temos aqui é poesia — não a poesia lírica e sóbria, mas a poesia-jogo, poesia-brinquedo, poesia-provocação. Ao ouvir e ler parlendas, somos tocados por pequenos poemas que nos convidam para a ação e para a brincadeira, além de entrarmos em contato com a língua em sua forma mais natural e espontânea — uma língua poética que diverte, incita e desperta a imaginação. Em tempos como os nossos, em que a publicidade bombardeia tanto as crianças, despertando o seu desejo por brinquedos eletrônicos, bonecas de plástico e videogames, as parlendas convidam a entrar num jogo muito mais simples, mas certamente mais estimulante, em que os únicos aparelhos necessários são a imaginação, a criatividade e a interação com o outro.
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